“A liberdade da terra e a paz no campo têm nome: Reforma Agrária” (Pedro Tierra)



No 2º Encontro Nacional dos Professores Universitários do MST realizado em 2013 na ENFF, foi deliberado que as universidades que têm núcleos de apoio ao MST, centros de pesquisa, grupos de trabalho da reforma agrária, ou outros instrumentos em defesa dos movimentos sociais do campo, da reforma agrária e do socialismo fariam ações simultâneas durante as jornadas de luta de abril, com o máximo de articulação possível entre elas. A ideia é repercutir internamente, no ambiente acadêmico, e externamente, para a sociedade e os meios de comunicação de massa, algumas questões centrais:

1) As universidades públicas brasileiras apoiam a Reforma Agrária como forma de democratização da estrutura agrária, social, econômica, política e educacional brasileira.
 2) A defesa da educação pública de qualidade e a defesa da Reforma Agrária são bandeiras articuladas em prol da construção de um projeto popular para o país. 
3) As IES públicas reconhecem os movimentos populares do campo como sujeitos coletivos de produção de conhecimento. 
4) As universidades públicas brasileiras são contra toda prática de criminalização dos movimentos sociais populares e reconhecem a legitimidade das lutas de ação direta dos movimentos em defesa da qualidade da alimentação dos brasileiros e da democratização da terra, da educação, da cultura e da comunicação.

No ano de 2014, foram realizadas mais de 40 Jornadas Universitárias em defesa da Reforma Agrária em Universidades e Institutos Federais das mais diversas regiões do país. Em 2015, foram mais de 50 Jornadas, contribuindo para o enraizamento do debate acerca da Reforma Agrária e da Luta pela Terra nas IES de todo o Brasil.

 Avaliamos que as Jornadas estão se constituindo em referências importantes do calendário político-acadêmico das IES e temos o desafio de ampliar o número de instituições envolvidas na Jornada de 2016. 

Nesse ano, o Massacre de Eldorado dos Carajás ocorrido em 17/04/1996, que marca o Dia Internacional da Luta pela Terra, completa 20 anos e até hoje os mandantes e executores continuam impunes. Nossa proposição é de que essa próxima Jornada traga a memória deste triste episódio e tenha como foco a denúncia da violência e impunidade no campo e a defesa da Reforma Agrária como instrumento fundamental de superação da desigualdade social, econômica e política, e da violência e degradação ambiental.

 O MST, a Via Campesina Nacional e Internacional planejam realizar diversas atividades para rememorar esse acontecimento, bem como produzir materiais que enviaremos ao grupo de professores ao longo do ano.

Sugestões do que fazer durante a jornada:
 a) Ter uma marca unificada da jornada. O cartaz, a arte, a forma de divulgação ficam a critério das universidades, localmente.

 b) Exposição fotográfica: o MST disponibilizar em arquivo, fotografias sobre sua história, em especial sobre o Massacre de Eldorado dos Carajás, e cada IES se encarregar da cobertura dos custos da impressão das imagens e da montagem da exposição. 

c) Mostra de audiovisual: o MST pode disponibilizar um conjunto de filmes indicados e reproduzidos pela Brigada de Audiovisual da Via Campesina para que sejam exibidos durante a jornada e, posteriormente, nas disciplinas ministradas pelos professores que apoiam a luta do MST.

 d) Banca de exposição e venda dos livros da editora Expressão Popular.

 e) Adesão à Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes – AAENFF.

 f) Feira da Reforma Agrária: de acordo com a realidade local, trazer para o interior da universidade feiras de produtos dos assentamentos, com a socialização do princípio da agroecologia e a exposição de produtos, industrializados ou in natura para comercialização durante a Jornada.

 g) Dias de vivência: Oportunizar, nas universidades em que houver condições, visitas pontuais a assentamentos, acampamentos, escolas, a fim de por em evidência o campo concreto da Reforma Agrária e ampliar as redes de contatos desses lugares com a Universidade. 

h) Dialogar sobre possibilidade de negociar com a Reitoria para ampliar a aquisição de produtos da agricultura familiar camponesa, especialmente dos assentamentos de Reforma Agrária, para o restaurante universitário.

 i) Símbolos e Mística: Onde for possível, colocar em evidência símbolos da luta pela Reforma Agrária, tais como barracos de lona, instrumentos de trabalho, bandeiras, etc. E também, onde for possível, realizar místicas públicas para a comunidade universitária. Convidar cantadores e artistas do MST e parceiros da luta pela terra para a realização de atividades culturais, de integração e reflexão com a comunidade acadêmica durante a jornada.

 j) Proposição de temas que possam ser pautados em mesas, palestras, grupos de trabalho... Ex: concepção e desafios da reforma agrária popular; dinâmica do agronegócio no Brasil; o que é agroecologia; o papel da Cultura no processo de formação do MST; a concepção de Educação do Campo; a necessidade de democratização dos meios de comunicação e o papel dos meios de comunicação popular na estratégia organizativa e no processo de contra-hegemonia ao monopólio da imprensa e ao capital; 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás: violência e impunidade; papel do judiciário no bloqueio da Reforma Agrária no Brasil. 

l)Divulgar a jornada nos espaços físicos e de convivência da universidade e de outras universidades na cidade, nos veículos de comunicação da universidade (site, TV, Rádio, jornais, revistas, etc.). A Imprensa universitária poderia realizar algumas entrevistas e debates com intelectuais previstos para participar da atividade, introduzindo alguns debates sobre o tema na comunidade acadêmica e na sociedade regional; “nossos mortos e sobreviventes querem que cantemos” e lutemos!

 m) Antes e durante a realização da jornada, enviar informações à imprensa local e regional sobre a atividade, entrar em contato com jornalista, blogueiros e comunicadores progressistas e sensíveis aos temas sociais para sugerir pautas sobre o assunto e entrevistas com intelectuais que irão participar das atividades. 

n) Organizar o registro fotográfico e audiovisual da jornada para memória da atividade. 

Com quem se articular para fazer a jornada 

a) Com grupos de pesquisa, estudo, extensão e apoio que trabalham com diversas dimensões da luta dos movimentos sociais do campo.

b) Com os sindicatos de docentes, técnicos das universidades e da sociedade civil parceira das lutas sociais. 

c) Com as organizações estudantis, diretórios e centros acadêmicos, associações e agremiações dos estudantes no interior da universidade. 

d) Com o MST no estado, e demais movimentos sociais do campo e urbanos. 

e) Com as turmas especiais vinculadas ao Pronera e as Licenciaturas em Educação do Campo nas universidades. 

Para que possamos planejar o caráter nacional da luta é importante que cada universidade informe até o dia 15 de março de 2016 o planejamento das ações que pretendem desenvolver na Jornada de 2016.

 Lembramos que o indicativo é de que as ações aconteçam, preferencialmente, no mês de abril, mas cada IES pode adaptar as ações ao seu calendário específico.

 Enviar para esse grupo eletrônico e para: secgeral@mst.org.br, redacaomst@gmail.com ensolange@mst.org.br Lutar, construir Reforma Agrária Popular!

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