Na semana da Mulher, um Pouco de Rosa Luxemburgo para inspirar



Rosa Luxemburgo, a líder de uma facção revolucionária do Partido Social-Democrata Alemão durante a Primeira Guerra Mundial, nasce em 5 de março de 1871, em Zamos, Polônia, região que à época estava sob controle russo.

A mais nova de cinco filhos de uma família judaica de classe média baixa, Luxemburgo passou a se interessar por política desde muito jovem. Em 1889, deixou a Polônia e o regime repressivo czarista de Alexander III, o predecessor do czar Nicolau II e foi para Zurique, Suíça, onde estudou ciências naturais e economia política.

Em 1898, Luxemburgo casou-se com um trabalhador alemão, Gustavo Lubeck, adquirindo então a cidadania alemã. Estabeleceu residência em Berlim, onde se filiou ao Partido Social-Democrata alemão, conhecido como SPD, na ocasião a mais importante organização do socialismo internacional de todo o planeta.

Nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial, Luxemburgo adotou crescentemente posições firmes e decididas em sua ideologia, defendendo uma greve geral como catalisadora que radicalizaria a ação dos trabalhadores e daria lugar a uma revolução socialista internacional.

Ela e seus companheiros da ala mais à esquerda do SPD opuseram-se duramente à participação da Alemanha na Guerra, vendo-a como um conflito imperialista que de modo algum iria beneficiar a população. Esta postura afastou-a da liderança do partido, que defendia o esforço de guerra na esperança de que a vitória germânica levaria a um conjunto de reformas.

Em dezembro de 1914, Luxemburgo e o socialista alemão Karl Liebknecht formaram a facção revolucionária do SPD chamada de Liga Spartaquista, em homenagem a Spartacus, escravo que, em 73 a.C., lidera uma rebelião de 78 escravos que escaparam da escola de gladiadores em Capua contra a classe dirigente da República Romana e que lutou durante dois anos no comando de 90 mil homens.

Como sua enérgica porta-voz, Luxemburgo publicou um livro em 1916, “A crise na Social-Democracia alemã” em que acusa a social-democracia de ter traído a classe operária alemã por endossar um esforço de guerra de cunho essencialmente capitalista e imperialista. A única solução para a crise, acreditava Luxemburgo, era uma revolução internacional de classe.

Após uma demonstração spartaquista em maio de 1916 contra a Guerra, Luxemburgo foi novamente presa, tendo permanecido na cadeia pelo restante da Primeira Guerra Mundial. Em seguida a sua libertação, em novembro de 1918, determinada pela decisão do chanceler germânico, Max von Baden, de libertar todos os prisioneiros políticos, Luxemburgo começou a transformar a Liga Spartaquista no Partido Comunista da Alemanha (KPD).

No mês de janeiro seguinte, os spartaquistas, reunidos em Berlim para desencadear uma rebelião contra o governo de coalizão de Von Baden e Friedrich Ebert, o líder do SPD, Luxemburgo juntou-se a eles relutantemente, instando seus seguidores a não tentar iniciar a insurreição antes de conseguir formar um suficiente apoio popular. Não teve condições de impedi-los e os rebeldes spartaquistas lançaram-se ao ataque em 10 de janeiro.

Ebert imediatamente ordenou que o exército alemão subjugasse a rebelião. No conflito que se seguiu, Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht foram capturados e assassinados. O corpo dela, atirado num canal de Berlim, só foi recuperado cinco meses mais tarde.

Mártir

Com sua morte, Luxemburgo tornou-se mártir da causa da revolução socialista internacional. Como sua companheira spartaquista, Clara Zetkin, escreveu: “Em Rosa Luxemburgo, o ideal socialista era uma paixão dominante e poderosa tanto da mente quanto do coração. Sacrificou-se pela causa, não somente no instante de sua eliminação e sim dia-a-dia, hora-a-hora, trabalhando e lutando durante muitos anos. Era a espada e a chama da revolução”.

São de Rosa Luxemburgo as famosas frases: “Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amigos, não é verdade?”; “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.”; e “Socialismo ou barbárie”.

FONTE: http://www.informacoesemfoco.com/2015/03/na-semana-da-mulher-um-pouco-de-rosa.html#.Vt7k0pwrLIU

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