Com PEC, recursos da cultura terão corte de 90% - BRASIL DE FATO
Gerar link
Facebook
X
Pinterest
E-mail
Outros aplicativos
Sem um piso obrigatório, orçamento do setor será tão pequeno que as principais ações correm risco de paralisação total
Pedro Rafael Vilela
Brasil de Fato | Brasília (DF),
Ocupação do prédio do Ministério da Cultura, no Rio de Janeiro / Tânia Rêgo/ Agência Brasil
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que congela o orçamento do governo federal por vinte anos tem sido alvo de duras críticas porque vai impactar diretamente em áreas como saúde e educação, com significativa redução dos investimentos. O que nem todo mundo se deu conta ainda é que na área cultural, a PEC será ainda mais devastadora. Isso porque, diferentemente da saúde e educação, que possuem pisos orçamentários obrigatórios previstos na Constituição, a cultura não tem essa garantia e, com isso, pode perder até 90% do seus recursos em apenas cinco anos. A projeção foi apresentada pelo ex-secretário-executivo do Ministério da Cultura (MinC), João Brant.
Em 2016, o orçamento total da pasta foi de aproximadamente R$ 1,23 bilhão. Se a PEC for aprovada, esse orçamento não poderá crescer mais que a inflação do ano anterior. Como não se pode mexer nos recursos do pagamento de salários e previdência e nas despesas obrigatórias, por exemplo, o corte será justamente no montante de recursos que é destinado às próprias ações do ministério. “O que a gente pode prever, para os próximos cinco anos, é que a Cultura tenha uma perda de aproximadamente 90% do seu orçamento voltado a despesas finalísticas, ou seja, editais, obras, convênios com estados e municípios”, exemplifica João Brant.
Em nota técnica publicada recentemente, Brant, que foi secretário-executivo do ministério na gestão Dilma Rousseff até abril desse ano, explica que com a queda de quase 90% do orçamento voltado para as ações culturais, na prática, todas as ações do MinC serão paralisadas. Isso inclui editais de pontos de cultura, ações voltadas à cultura negra, obras de patrimônio cultural e exposições de museus, financiamentos não-retornáveis do Fundo Setorial do Audiovisual, além de ações de digitalização da Biblioteca Nacional, bolsas da Fundação Casa de Rui Barbosa e todas as ações financiadas pelo Fundo Nacional de Cultura, segundo conclusões do documento. Com isso, a tendência é o fechamento de unidades inteiras vinculadas ao ministério ou até mesmo a transferência da gestão para a iniciativa privada. O MinC possui atualmente sete unidades vinculadas, como a Agência Nacional do Cinema e Audiovisual (Ancine), a Fundação Nacional das Artes (Funarte), Fundação Biblioteca Nacional e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Pontos de Cultura
As medidas do governo vão na contramão do processo de desenvolvimento de outros países, que ampliaram seus gastos sociais, explica a socióloga Daniela Ribas, integrante do colegiado setorial de música no Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC). “Agora, a cultura passou a ser vista como gasto e não como vetor do desenvolvimento humano e econômico”, critica.
Daniela prevê que o corte de 90% nas ações do MinC que deve impactar principalmente o Programa Cultura Viva, responsável pelos mais de 9 mil Pontos de Cultura espalhados pelo país, que atendem diretamente cerca de 9 milhões pessoas. Criado em 2004, no governo Lula, os Pontos de Cultura são formados por grupos da sociedade civil que recebem verba para desenvolver atividades relacionadas a música, dança, literatura, artes plásticas, cinema, economia solidária, entre outros, principalmente nas regiões mais pobres do país. Também estão comprometidas as políticas de participação social em fóruns, conselhos, conferências e colegiados.
“Apagão cultural”
Com os cortes recaindo sobre Pontos de Cultura e participação social, Daniela Ribas cita a ameaça de um “apagão cultural” nos próximos anos. “Os direitos culturais deixam de ser percebidos pela população e o paradigma de cultura será o de megaeventos. A tônica da democratização do acesso à cultura dará lugar a políticas desarticuladas da ideia de desenvolvimento humano e de valorização da diversidade, questões que tem pouco lugar no mercado de entretenimento”, analisa a socióloga, que integra o Conselho Nacional de Política Cultural.
Para Célio Turino, que foi secretário de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC entre 2004 e 2009, e um dos responsáveis pela implantação dos Pontos de Cultura no país, o corte no setor tem um grande impacto social, especialmente na população mais jovem. “Essa garotada que está fazendo teatro, dança, música, cinema, desenvolvendo softwares, economia solidária, se articulando em teias e encontros, não vai ter mais opção. A gente sabe que quando as pessoas tem menos opções de cultura, lazer e esporte, elas acabam sendo tragadas pela depressão, pelo consumismo vazio e até para a criminalidade e as drogas”, afirmou em recente entrevista para a Rede TVT.
Eu quero uma Escola do Campo. Que tem a ver com a vida, com a gente. Querida e organizada e conduzida coletivamente. Eu quero uma Escola do Campo. Que não enxergue apenas equações Que tenha como chave mestra: o trabalho e os mutirões. Eu quero uma Escola do Campo. Que não tenha cercas, que não tenha muros. Onde iremos aprender a sermos construtores do futuro. Onde iremos aprender a sermos construtores do futuro. Eu quero uma Escola do Campo. Onde o saber não seja limitado. Que a gente possa ver o todo e possa compreender os lados. Eu quero uma Escola do Campo. Onde esteja o ciclo da nossa semeia. Que seja como a nossa casa, que não seja como a casa alheia. Eu quero uma Escola do Campo. Que não tenha cercas, que não tenhas muro. Onde iremos aprender a sermos construtores do futuro. Onde iremos aprender a sermos construtores do futuro. Eu quero uma Escola do Campo. Onde o saber não seja limitado. Que a...
Revista Brasileira de Educação Print version ISSN 1413-2478 On-line version ISSN 1809-449X Rev. Bras. Educ. vol.13 no.37 Rio de Janeiro Jan./Apr. 2008 http://dx.doi.org/10.1590/S1413-24782008000100016 RESENHAS Gilberto Luiz Alves Professor titular da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul E-mail : gilbertoalves@terra.com.br SAVIANI, Demerval. História das idéias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2007. 473p. A Editora Autores Associados acaba de lançar a primeira edição de História da idéias pedagógicas no Brasil , o mais recente livro de Dermeval Saviani, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). O acabamento gráfico é primoroso, merecendo destaque a cuidadosa seleção de imagens pertinentes às épocas abordadas. Aguardado com ansiedade, representa o resultado de sete anos de labor científico, período em que foram levanta...
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. Campinas, São Paulo. Autores Associados, 2008. (Coleção Educação Contemporânea). Edição Comemorativa. 1. Este livro pode ser considerado o ma nifesto de lançamento da pedagogia histórico-crítica. O primeiro capítulo apresenta o diagnóstico das principais teorias pedagógicas. Mostra as contri buições e os limites de cada uma delas. E termina com o anuncio da necessida de de uma nova teoria. O capítulo segundo é o momento da denúncia. Pela via da polêmica, procura-se des montar as visões que se acreditavam progressistas de modo que se abra ca minho para a formulação de uma alternativa superadora. O capítulo ter ceiro apresenta as características básicas e o encaminhamento metodo lógico da nova teoria, que passou a se chamar de pedagogia histórico-crítica. Finalmente, no capítulo quarto, são esclarecidas as condições de produção e operação da pedagogia em socieda des como a nossa, marcadas pelo primado da política sobre a educação. 2....
Comentários
Postar um comentário